Ex-biônico da ditadura, que teve suspensa pensão de R$ 25 mil como ex-governador, alega problemas de saúde e juiz manda procurar o SUS

A decisão que merece aplausos foi do juiz de segunda instância José Zuquim Nogueira. O ex-governador, nomeado pela ditadura, Frederico Campos teve suspensa a pensão de R$ 25 mil que recebia como pelo cargo que ocupou. A justiça, atendendo a pedido do Ministério Público do Estado (MPE), apontou pensão como privilégio ilegal. Frederico, todavia, continua esperneando e insiste que essa era sua única fonte de renda. Zuquim, que confirmou sentença da juiza Célia Vidoti, duvida e disse que não acredita que, depois “de tantos anos de vida política, não tenha ele acumulado um patrimônio que lhe permita o sustento e a aquisição de medicamentos”. Zuquim aconselhou Frederico a se tratar no SUS.

Zuquim foi claro e incisivo na fundamentação de sua decisão:  “Acaso não tenha o agravante condições de custear seu tratamento, o meio lícito para reivindicar é perante o Estado, pelo Sistema Único de Saúde. Não é crível admitir que ao longo dos anos de vida política, não tenha ele acumulado um patrimônio que lhe permita o sustento e a aquisição de possíveis medicamentos; que não tenha a ajuda financeira da família ou bens que possam ser transformados em pecúnia, para subsidiar o custeio de alimentos e medicamentos”, disse o magistrado.
Biônico da ditadura. Frederico Campos foi prefeito duas vezes de Cuiabá, capital do Mato Grosso, secretário de Estado e governador de Mato Grosso entre 1979 e 1983. 
Sobrinho do general Dilermando Gomes Monteiro, foi nomeado prefeito de Cuiabá pelo governador Pedro Pedrossian, tendo cumprido o mandato entre 1967 e 1969.
Secretário de Obras no governo Garcia Neto (1975-1978) foi o primeiro indicado ao governador de Mato Grosso em 1978 pelo ditador Ernesto Geisel, sendo o segundo a ocupar o cargo após a divisão do estado determinada por lei.
Filiado à ARENA, partido da ditadura militar, contou com seu tio para ascender ao cargo visto que o general Dilermando era o comandante do II Exército à epoca.
Em 1988, venceu sua primeira eleição direta ao ser eleito prefeito de Cuiabá pelo PFL, partido que sucedeu à famigerada Arena (o atual DEM sucedeu o PFL). Apesar do sobrenome, não possui qualquer relação de parentesco com Júlio Campos. Em 2006 disputou, sem sucesso, mandato de deputado estadual pelo PTB.

Redação, com informações são do portal Congresso em Foco e da Wikipedia.